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Inspiração - Fibras das Bananeiras  - Allwood Óculos de Madeira

Olá, Família! Como estão? Hoje é um daqueles posts que adoramos fazer, pois contamos histórias de pessoas que através de adversidades, reinventam, inspiram e idealizam. A Allwood Óculos de Madeira, “viajou” até o estado de Alagoas para contar sobre uma das riquezas deste lugar.

Vocês sabiam que a partir do extrato das fibras das bananeiras, é possível produzir diversos artesanatos como, jogos americanos, porta-copos, toalhas de mesa, bolsas, carteiras, tapetes, abajur entre muitos outros utensílios e acessórios de decoração? Não? Querem saber como? Então não saiam daí!

Vamos contar sobre esta rica matéria-prima, desde a extração até o resultado do produto final. E o melhor, como a partir deste trabalho, Maragogi vêm transformando o artesanato em uma oportunidade de melhorar muitas vidas.

COMO É FEITA A EXTRAÇÃO DA FIBRA?

Brasil é o maior produtor e maior consumidor mundial de bananas.

O tronco da bananeira, que seria descartado no campo após o período de maturação da planta, é 100% reaproveitado. Cada fibra extraída, possui uma característica distinta. Como exemplo, as mais finas são designadas filé e contrafilé, utilizadas para acabamento, costura e adorno. Quanto às mais grossas, são utilizadas em elaborações mais rústicas.

O processo de extração das fibras acontece assim que a bananeira atinge o ponto de colheita. Quando isto ocorre, retira-se do tronco todas as camadas até chegar ao palmito. Em seguida, cortam-se as camadas do tronco em tiras e estas devem ser submersas em chá, preparado com raiz de urtiga branca ou chá de vinagreira, por duas horas, para retirar o leite em excesso. Após este processo, é necessário fazer a secagem das fibras. O melhor método é estendê-las para que não quebrem.

Após este processo é feita a seleção e armazenamento das fibras. Durante a seleção, separam-se as mais flexíveis das mais rígidas. Por fim, elas são armazenadas em sacos de algodão ou de náilon trançado, para que não fiquem em contato com o ar. Caso contrário, podem embolorar ou mofar.

Origem do Artesanato nas Comunidades

A origem do artesanato com a utilização desta matéria-prima, veio da necessidade de algumas famílias obterem utensílios e recipientes de cozinha sem gastos extras. Para isso, elas preparavam as fibras das bananeiras existentes em suas propriedades, para que chegassem ao ponto ideal para confecção de várias peças. Como o resultado final foi de alta qualidade, essa prática tradicional tornou-se um meio de gerar renda para a comunidade.

Agora que vocês estão familiarizados com as fibras das bananeiras e todo o processo, vamos conhecer a trajetória das integrantes da Associação Mulheres de Fibra, que com muita superação e vontade de mudança, enxergaram uma oportunidade de fonte de renda na comunidade a partir da criação de belíssimos artesanatos. Confira abaixo esta história!

MULHERES DE FIBRA

Artesã traça fibra de bananeira durante produção de peça em filé / Foto: Jonathan Lins.

Criatividade, talento e capacidade de empreender. Estas são apenas algumas características que podemos destacar nelas, as “Mulheres de Fibra.” Através de uma ideia e um trabalho coletivo, a vida de algumas mulheres da Zona Rural de Maragogi foram transformadas.

Tudo começou em 2008, quando 12 agricultoras que vivem nos assentamentos agrários de Água Fria e Massangana, na Zona rural de Maragogi, receberam um curso para tratamento da fibra da bananeira e produção de artesanato. A partir daí, muitas coisas mudaram na vida delas. No início, cada mulher trabalhava sozinha, faziam acabamentos diferentes, e encontravam dificuldades na hora de vender suas produções. A partir da necessidade de vender os artesanatos, criaram a associação, Mulheres de Fibra. Segundo Amara Lúcia, presidente da associação, cada mulher continua produzindo suas peças, mas agora possuem um padrão nos acabamentos e cada mulher ganha pelo que produz.

“No entanto, o grande diferencial está na venda coletiva. Nos juntamos para participar de feiras de exposição diminuindo gastos. Assim, viajam duas ou três mulheres que levam e vendem os produtos de todas que integram a associação”. Amara Lúcia

Apesar da união e da parceria existente entre as mulheres, o começo não foi tão simples e fácil. Nem todas acreditavam que a nova atividade daria certo, tampouco cogitaram trocar um trabalho garantido por uma novidade. Mesmo assim, elas resolveram correr o risco e levar o projeto a frente.

“Muitas mulheres tinham medo, largar o certo pelo duvidoso, sair das lavouras, e se não vender? Era difícil, foi muito difícil, cada um assumiu sua responsabilidade. Quando você trabalha com artesanato tem um compromisso. Além de ter os parceiros trabalhando, as pessoas que pedem, que encomendam, e você tem que fazer para manter o mercado”, conta Amara Lúcia.

O grupo trabalha junto desde 2009, porém, a associação registrada, só aconteceu em 2011. Quando iniciaram, não tinham nem lugar para fazer seus artesanatos, elas simplesmente se juntavam nas áreas de suas casas e produziam. Hoje elas têm sua sede e a situação mudou bastante, conta Amara Lúcia.

Com a ajuda de consultoras, ao longo dos anos, as peças foram ganhando outros formatos estéticos e tratamento adequado para garantir beleza e a durabilidade nas criações.

Em regiões com poucas oportunidades, mas ricas em criatividade, é grande a determinação das mulheres que, unidas, ajudam a descobrir talentos e a resgatar a identidade cultural das comunidades. A partir deste novo trabalho, estas mulheres ganharam independência financeira ao trocar o trabalho no campo pela atividade artesanal.

Peças feitas em filé de bananeira garante renda para agricultora artesãs. / Foto: Jonathan Lins

ONDE ENCONTRAR?

Os produtos das Mulheres de Fibra encontram-se a 17 quilômetros do Centro de Maragogi, como a estrada é de terra, o melhor é ligar e pedir informações sobre como chegar antes de se aventurar. Além de terem sua própria sede, elas participam de feiras em exposições na própria comunidade.

Para mais informações:

Associação Mulheres de Fibra

Fone: (82) 8832-5219

E-mail: mulheresdefibra.al@gmail.com

Casa amarela expõe no assentamento Água Fria a
produção das Mulheres / Foto: Jonathan Lins

São histórias assim que nos dão um imenso prazer de contar. O Brasil é rico em cultura, fauna e flora, mas sua riqueza maior são as pessoas e suas histórias.

As únicas coisas que estas mulheres precisaram para iniciar este projeto, foram motivação e apoio, e isto foi mais do que suficiente para poder mudar suas vidas.

O que contamos hoje foi apenas um pedacinho do que temos espalhado pelo nosso Brasil. Gostaram? Querem mais histórias assim? Enviem um e-mail para contato@projetos.sunstudio.com.br com suas ideias que vamos adorar compartilhar!

– Bom final de semana, Família –

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