Pinturas Corporais Pataxós - Allwood Óculos de Madeira
A arte é uma das mais belas expressões humanas. Através dela, podemos transmitir e expressar sentimentos e emoções. Jung, já dizia, arte é a liberdade de expressão, é sensibilidade, criatividade, é vida. Uma das mais belas expressões artísticas é através da pintura, e hoje, 19 de Abril, comemora-se o Dia do índio no Brasil, porém, a milhares de anos atrás, antes do “descobrimento do brasil” todos os dias eram os dias dos índios.
Aqui na Allwood nós unimos o respeito a natureza com sustentabilidade, criando linhas com madeira reflorestada 100% sustentável, linha de madeira Allwood, e não podíamos deixar uma data tão especial como esta que trás tanto referencial cultural passar sem a devida honra que ela merece.
Por isto, hoje traremos um conteúdo que achamos muito relevante compartilhar neste dia, e que possui muito da nossa essência e do que tentamos entregar em nosso dia a dia. A arte no seu jeito mais puro e como um bem cultural de grande valor para os povos indígenas, feita através da pintura corporal. Mas não apenas arte, é muito mais que isto. Para eles é uma questão de identidade! Esta relacionado aos seus rituais sagrados, e mais que isto, faz parte da história deles. A tribo que falaremos é a dos Pataxós. Mas então. Vocês sabem o que eles querem expressar através das pinturas corporais? E o que as cores significam? E os desenhos? Como eles fazem as pinturas e que materiais eles utilizam? Não sabem? Responderemos todas estas questões acima e mostraremos um pouco da cultura de uma das muitas tribos que existem em nosso país. Gostaríamos de falar de todas, porém, seria muito extenso culturalmente, e por isto hoje escolhemos falar sobre os Pataxós. Confira tudo abaixo!
UM POUCO DA HISTÓRIA DOS PATAXÓS
Eles vivem ao extremo Sul da Bahia, onde estão concentrados em aldeias a mais de 150 anos. Como falamos logo acima, a arte é uma forma de expressão humana, ela traz consigo representações e significados importantes para cada indivíduo. Para os Pataxós, o grafismo corporal é um dos meios de se reafirmar como um grupo étnico, e com isto, a pintura corporal é usada diariamente como forma de identificação civil, e também para manter a cultura.
Antes de entrarmos em significados, simbolismos, que tal entendermos do processo, e quais materiais eles utilizam nas pinturas. Como são feitos? Entendendo os materiais e como são extraídos, partiremos para o significado das cores, dos traços, as simbologias, significados e muito mais. É pessoal, têm muito conteúdo. Não sai dai que vale a pena!
Todos os materiais para as pinturas são extraídos da natureza, como mikaré, kanuru, tap’oke, eató e txiãgá, mas falando no bom português: jenipapo, urucum, carvão, barro vermelho e barro branco. E quando eles são utilizados? O jenipapo é usado, por exemplo, quando se pratica o ritual do Awê, e o urucum, nas festas e lutas. E o que as cores dos grafismos querem dizer? Segundo Nitynawã Pataxó, cada cor tem uma representação própria. A cor amarela representa o sol, o vermelho, o fogo, a cor marrom representa a terra, o azul significa o céu e o verde, a natureza. E como eles utilizam estes materiais para cada pintura? Os materiais utilizados normalmente para isso são tintas como o urucum que produz o vermelho, o jenipapo se consegue uma coloração azul marinho quase preto, o pó de carvão que é utilizado no corpo sobre uma camada de suco de pau-de-leite, e o calcário da qual se extrai a cor branca.
Bom, agora que sabemos o significado das cores nas pinturas e os materiais utilizados, que tal entendermos sobre os símbolos e o que eles representam em cada desenho?
Símbolos Feminino e Masculino
Ainda nos braços, alguns símbolos podem ser representados. No feminino é pintado o símbolo masculino que tem uma forma de zig-zag ou meio losango, e significa equilíbrio, amor e proteção No masculino, o desenho estampado é o símbolo feminino que é feito em losangos conjugados e significa força, união e também proteção. Abaixo dessas pinturas, está representado o símbolo de compromisso entre o homem e a mulher, que é feito através de uma linha horizontal.
Identificação civil
A pintura utilizada no rosto é importante para identificar o estado civil. Para um índio casado, o desenho é feito por traços horizontais, sendo os dois riscos negros externos pintados com o jenipapo e o do meio pintado na cor vermelha, com urucum. Já no índio solteiro, o grafismo pode ser mais colorido e com alguns detalhes para chamar a atenção da mulher. O símbolo inserido no traço tem a representação em forma de um “V” com ângulo de aproximadamente 45 graus em cada lado do rosto. A pintura feminina, que é feita no rosto, também segue os mesmos padrões de simbologia e identificação. A mulher casada pinta seu rosto de forma simples, para não chamar muito a atenção de pessoas do outro sexo. Os traços são realizados com a forma do ângulo de 45º e preenchidos com a tinta do urucum. A solteira, entretanto, pode abusar dos losangos e das cores para ficar mais atraente, e assim despertar o interesse dos parceiros. Confira o desenho abaixo para entenderem melhor.
Pinturas para rituais
Para os Pataxós, em cada tipo de linguagem há um espírito, cada coisa que fazem é uma homenagem a eles. Possuem um ritual muito sagrado, onde eles agradecem a Niamisu, o Deus criador da natureza. Neste rito, se agradece aos elementos, aos ancestrais e aos grandes guerreiros que por lá passaram e lutaram para deixar todo conhecimento e força. Como podem ver, a história do índio Pataxó tem uma forte relação com a natureza, pois a partir dela eles sobrevivem e se mantém desde milhares de anos.
Segundo pesquisas, aos longos dos anos os Índios Pataxós perderam parte de sua herança cultural e tradição. Com isto, eles promovem um movimento que visa resgatar os costumes e evidenciar as tradições da etnia Pataxó, e assim, introduzir uma ponte que ligue o passado ao presente, e assim valorizando a ancestralidade e a natureza. A riqueza que o grafismo Pataxó possui é muito grande! O grafismo corporal utilizado pelos índios têm papel importante para uma reinvenção cultural, e mais importante, deva ser visto como uma reafirmação da identidade Pataxó.
“Pataxó é água da chuva batendo na terra, nas pedras, e indo embora para o rio e o mar.” (Kanátyo Pataxó, Txopai e Itôhâ, 1997)
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