Histórias Do Brasil - Allwood - Óculos de Madeira
A R T E – M O D E R N A
Boa tarde família, há 55 anos, o primeiro bloco da atual sede Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM), era inaugurado, aquele 27 de janeiro de 1958 se tornava um novo marco para a história, não apenas do museu, mas também da cidade e da arquitetura brasileira.
Deixamos muitas vezes de lado nossas raízes e essência, e acabamos nem sabendo sobre nossa própria história. Hoje vamos contar um pouco sobre a primeira exposição do MAM, e falar um pouco mais sobre a nossa identidade artística. Venha com a gente, pois vamos te levar para uma época modernista, inspiradora e fantástica 😉
UM MONUMENTO AO ETERNO.
O prédio, em estilo modernista, fazia parte do projeto do novo parque da cidade, o Aterro do Flamengo. O arquiteto Affonso Eduardo Reidy desenhou um prédio horizontal, erguido sobre pilares, sua preocupação era criar uma obra que não atrapalhasse a visão do Pão de Açúcar e da Baía de Guanabara, acabou criando um marco da arquitetura nacional. Surge na metade do século XX, no ápice do movimento modernista criado dez anos antes da inauguração da sede do Aterro do Flamengo, seu nascimento acontece em maio 1948, poucos anos após o término da Segunda Guerra Mundial, favoreceu a aquisição de compra de diversos astistas europeus, como Pablo Picasso, Wassily Kandinsky e Paul Klee. As obras fizeram parte da primeira exposição do museu, em 1949. Na época, o MAM ocupava o último andar da antiga sede do Banco Boavista, prédio projetado por Oscar Niemeyer na Candelária, Centro do Rio.
Em 1952, o Museu de Arte Moderna foi transferido para a então sede do Ministério da Educação e Saúde, Palácio Gustavo Capanema, no Centro. Em dezembro do mesmo ano, a Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro doou à instituição um terreno de 40 mil metros quadrados no Aterro do Flamengo, onde seria construído nos anos seguintes a atual sede do museu, e em 1954 o museu assume uma nova sede, definitiva, com uma das mais belas vistas do Rio, de frente para a Enseada da Glória.
PRIMEIRA EXPOSIÇÃO.
Sua primeira exposição conta com obras fantásticas e importantes, Candido Portinari (1903-1962) com pinturas, Bruno Giorgi (1095-1993) com esculturas, Alcides Miranda (1909-2001) Arquitetura, Luís Heitor (1905-1962) com música, Santa Rosa (1909-1956) teatro e Luís Assumpção Araújo Cinema. É aberta ao público a Mostra Pintura Européia Contemporânea (janeiro de 1949). Das 32 obras apresentadas nesta exposição, 12 irão compor o acervo do museu, que contará em seguida com doações de Raul Bopp (1898 – 1984), Marques Rabelo , Oscar Niemeyer (1907-2012), entre muitos outros.
O ano de 1952 marca uma nova fase do museu, inaugurada com a exposição dos artistas premiados na 1ª Bienal Internacional de São Paulo (o que ocorrerá, a partir daí, regularmente) e com a ampliação do acervo, graças ao comando da sra. Niomar Moniz Sodré, então diretora executiva, cujo seu marido, Paulo Bittencourt é proprietário e diretor do jornal Correio da Manhã. O então acervo do MAM, inicialmente composto por obras doadas pela Bienal e por uma pequena doação do MoMA (Museu de Arte Moderna de Nova Yorque), passa a contar neste momento com obras de artistas estrangeiros adquiridas na Europa, artistas como: André Lhote , Yves Tanguy, Georges Mathieu , Fernand Léger , Alberto Giacometti , entre outros.
O acervo do MAM se distingue também por possuir uma expressiva coleção do artista brasileiro Oswaldo Goeldi, com desenhos e gravuras.
PARA O POVO BRASILEIRO.
Entre a finalização do projeto do prédio e dos jardins de Roberto Burle Marx, e a inauguração do primeiro bloco do museu, se passaram apenas quatro anos. Em janeiro de 1958, o Bloco Escola abria as portas, recebendo os trabalhos do pintor inglês Ben Nicholson e de nove escultores britânicos contemporâneos.
A inauguração do Bloco de Exposições aconteceu apenas em 1967, dois anos depois de o museu e todo Aterro do Flamengo serem tombados pelo Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). Um fato triste é que o arquiteto Affonso Eduardo Reidy faleceu em 1964, antes que o museu estivesse pronto totalmente.
Ao longo da década de 1970, o museu recebeu diversas exposições e eventos de grande importância. No auge da Ditadura Militar, os Domingos da Criação ocupavam o saguão principal do museu, transformando o local num espaço de democracia que reunia artistas e o público, porem o espaço quase deixou de existir em 1978 devido ao um grande acontecimento, o museu pegou fogo.
EM CHAMAS.
No dia 8 de julho, um grande incêndio devastou praticamente toda coleção do museu, além de ter provocado grandes danos estruturais ao museu. O fogo destruiu obras de Pablo Picasso, Salvador Dalí, Joan Miró, Max Ernest, Ivan Serpa, além de um grande acervo do uruguaio Joaquin Torres García, fato considerado um desastre pela imprensa do Uruguai, muito pouco dos trabalhos que estava armazenado por lá, sobreviveu.
A restauração do museu terminou em 1982, ao longo das décadas de 1980 e 1990, o MAM voltou a receber grandes exposições, além da doação de milhares de obras de arte, destaque para as doações de Gilberto Chateaubriand, que totalizaram cerca de quatro mil obras de diversos artistas, como Tarsila do Amaral, Di Cavalcanti, Lasar Segall, entre outros.
O MAM ainda passou por uma grande reforma em 1999, além da construção de outros setores planejados por Affonso Eduardo Reidy. Em 1990, é criado o Galpão das Artes, anexo onde funcionava o Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais. Em 2006, a terceira parte do projeto foi concluída, com a inauguração do teatro do MAM. No mesmo ano, a reforma da reserva técnica da Cinemateca foi concluída, terminando a obra imaginada por Reidy.
Ao longo dos anos, o museu recebeu exposições de artistas do mundo inteiro, que atraíram milhares de visitantes. Em 1999, a exposição das obras de Pablo Picasso se tornaria o maior sucesso de público do MAM, com 134.360 pagantes. Dez anos depois, a exposição sobre Vik Muniz se tornaria o maior sucesso de público entre artistas brasileiros, com 50.916 pagantes.
VOCÊ SABIA?
Agora que você já conhece um pouquinho da história do MAM Rio, separamos quatro curiosidades sobre a instituição que representa o expoente da arte moderna e contemporânea às margens da Baía de Guanabara, que tal conhecer algumas curiosidades?
1- Uma das curiosidades sobre a construção do projeto de Affonso Eduardo Reidy, é que somente em 2006 o teatro anexo foi finalizado, dando espaço a um ambiente amplo para apresentações.
2- Desde a sua fundação, o museu já realizou mais de mil exposições de artistas modernos e contemporâneos, nacionais e internacionais.
3- Em meio às exposições aos livros, o museu também abriga um Centro de Memória, sendo este considerado um dos mais relevantes para a pesquisa acadêmica em artes no Brasil.
4- Hoje, o acervo da instituição possui aproximadamente doze mil obras, incluindo o destaque Mademoiselle Pogany, de Constantin Brancusi.
Depois deste Grande passeio sobre um dos manisfesto e movimentos do nosso modernismo, fica a dica para aqueles que estão de férias, ou pretendem passar pelo Rio de janeiro, conferir o acervo, as obras fantásticas e a linda vista que o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro abriga.
Av. Infante Dom Henrique, 85 – Parque do Flamengo – Rio de janeiro.
Telefone: (21)3883-5600 / atendimento@mamrio.org.br
MAM rio
Bibliografia
C3 Comunicação.
Rede Globo- G1
Itaú Cultural